Por Karime Loureiro, colunista VemTambém
Primeiro a gente tem que entender que, embora em alguns contrarrótulos tenham escrito validade indeterminada”, ela não quer dizer “eterna”.
Nem todos os vinhos são feitos para serem guardados por anos a fio. A esmagadora maioria é feita para ser consumida rapidamente e não para envelhecer. Quão mais velho o vinho, melhor, será? Na verdade, dificilmente. Mais de 90 % dos vinhos elaborados no mundo são jovens! Ou seja, a grande maioria tem prazo de validade e precisa ser consumida antes que acabe estragando!
Para começar devemos ter em mente o seguinte: vinhos tintos duram mais que os vinhos brancos. Isso acontece porque eles possuem maior concentração de taninos, os quais atuam como um antioxidantes naturais em conjunto com outros fatores como álcool, corpo e acidez, influenciando diretamente no potencial de envelhecimento e durabilidade do produto.
Os taninos são compostos naturais cientificamente chamados de polifenóis, produzidos por diversas plantas, funcionam como mecanismo de defesa, impedindo que predadores comam suas frutas, folhas e sementes antes do amadurecimento complete da fruta, a planta libera os taninos provocando sensação de ressecamento na boca, sensação essa que se reproduz na nossa boca quando tomamos um vinho “bem tânico”, sabe aquele “travo” que sentimos? Ele é o tanino!
Válido salientar que , durante a fermentação, grande parte dos vinhos brancos não fica em contato com a casca, assim como alguns rosés, os quais adquirem uma cor delicada apenas com a prensagem. Como a grande concentração de taninos está nas cascas, essa ausência de contato (entre a casca e o mosto) justifica os taninos praticamente imperceptíveis nesses exemplares.
Se grande maioria dos rótulos é produzida para consumo imediato, precisamos entender que vinhos tintos mais simples, jovens e frutados, os quais não passam pelo processo de amadurecimento em barricas de madeira, podem durar até cinco anos a partir da safra. Já os brancos e rosés simples suportam, no máximo, três anos. Essas bebidas são elaboradas para serem apreciadas frescas, logo depois de engarrafadas, quando a fruta, o aroma e a acidez ainda estão vibrantes.