Por: Diego J. Gregório

Minas Gerais acaba de ser eleita uma das 10 regiões mais acolhedoras do mundo. Quem já visitou o estado sabe que o título é mais que merecido. O lugar reúne características únicas e, de tão acolhedora, o primeiro pensamento que passa pela nossa cabeça é: eu seria feliz aqui.
Visitei Minas em outubro, consciente de que pegaria dias chuvosos, mas a previsão climática não deixou a experiência menos encantadora. Fiz o roteiro Belo Horizonte, Ouro Preto e Serra do Cipó para experimentar três aspectos mineiros. E adorei!
Belo Horizonte
A capital de Minas é cosmopolita. Rodeada de montanhas e barzinhos, Belo Horizonte nos entregou dias cinzas, mas habitantes pra lá de simpáticos e sabores que vão permanecer na lembrança.

Um dos chopps mais famosos da cidade é o da Cervejaria Albanos, que existe há mais de 20 anos e é uma mistura de fábrica de cerveja artesanal com barzinho. Ótimo custo benefício, ambiente agradável e um pastelzinho nota 10.

Sejam bem vindos à Cervejaria Albanos – A melhor cervejaria de BH.
E por falar em comida, passatempo muito prazeroso, conhecemos O Jardim, conhecido como “o Refúgio Beagá.”

O restaurante tem cardápio assinado pelo Chef Caio Soter, que participou do programa Mestre do Sabor, da Rede Globo, e traz pratos típicos da culinária mineira com toques autorais. Uma loucura de bom!
Se passar por BH, vale a pena conhecer esse jardim de sensações
O Jardim Restô Bar (@ojardimrestobar) • Fotos e vídeos do Instagram

E depois do almoço, nada melhor que um cafezinho mineiro. A Academia do Café funciona também com uma escola de baristas. Para os amantes de café, um lugar necessário em BH.

E como Belo Horizonte é uma capital musical, um rolê imperdível são os sebos de discos espalhados pela cidade. Em seu passeio, se avistar um, não se faça de rogado: entre e se depare com edições históricas.
De Beagá, pegamos um ônibus para o sonhado destino: Ouro Preto
Ouro Preto

A arquitetura barroca da cidade localizada na Serra do Espinhaço apareceu para mim primeiro a noite (de BH para OP são 3 horas de viagem). A serração e as luzes foram elementos enviados pela natureza para deixar o cenário ainda mais cinematográfico.

Ouro Preto é uma viagem no tempo e um convite a um bom vinho. Fundada em 1711, já chegou a ser a cidade mais povoada da América Latina, isso na época do Ciclo do Ouro. Em 1980 foi declarada pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade, e é, como dizem: um museu a céu aberto. Depois do meu primeiro jantar, na Adega de Ouro Preto, e uma boa noite de sono, acordei cedo com uma chuva fininha e fui desbravar as ruas atrás das obras de Alejadinho e Ataíde.
Na Praça Tirandentes, logo cedo, encontramos um serviço de jardineiras que fazem uma rota pelas principais igrejas e ruas, com parada para almoço e finalizando em uma mina com quase 300 anos. O valor do passeio custa R$ 60 por pessoa. Os guias são extremamente gentis e têm bastante informação sobre a história do local. Vale muito a pena.
A entrada da visita a mina é pago por fora, mas também um dos momentos mais marcantes do passeio. É emocionante estar tão perto da história do Brasil e das injustiças que nossos povos e povos africanos passaram. Mais de 800 toneladas de ouro foram levadas do Brasil em anos de escravidão. O local é apertado, úmido e mantém o mesmo formato da época do ouro. Foi construída por engenharia africana de povos escravizados.

Um outra mina que também vale a pena conhecer fica em Mariana, a maior mina aberta a visitação do mundo. Pagamos uma guia exclusivo para nos levar até lá. O valor desse serviço, com visita a pontos turísticos em Mariana custou R$ 200 + R$ 120 para entrarmos na Mina da Passagem. Se valeu a pena? Muito!

O percurso tem 315 metros de extensão e chega a 120 metros de profundidade, onde se vê um maravilhoso lago de águas cristalinas, formado pelos aquíferos que inundaram quilômetros de túneis, quando estes deixaram de ser bombeados. Quem tem claustrofobia é melhor evitar esse passeio.
Como não poderia deixar de ser, a gastronomia em Ouro Preto é um espetáculo a parte. Os restaurantes são montados em prédios dos séculos passados e a energia é difícil descrever. O atendimento é bastante simpático e os pratos servidos são fartos e com preço bom. Cada lugar é uma experiência.
Indico o Bené da Flauta, que já hospedou o artista Ataíde e onde comi um risoto de ossobuco memorável; o Tropea Cantina e Armazém, onde tem uma massa espetacular; o Pasto Pizza Jazz, com a melhor entrada e a melhor pizza e o Ouvidor, de comida regional.
Ah! Não esqueçam de comer o pastel de angú, iguaria local.

Para nos hospedar, escolhemos uma pousada que nos deixou em localização privilegiada, isso é muito importante, principalmente quando se está viajando sem carro. A Pousada Solar da Ópera é um casarão de meados do século XIX, mas todo adaptado aos tempos atuais, com ar condicionado, TV a cabo, chuveiro quente e abafadores de som nas janelas. Fica na Rua Direita, espécie de rua principal, há dois minutos da Praça Tiradentes.


Para quem se interessou, pode acessar o perfil da Solar da Ópera no tripadivisor
Serra do Cipó

A expedição ainda tinha um destino certo: a Serra do Cipó, município de Santana do Riacho, interior de Minas Gerais. Para chegar lá, voltamos de ônibus para a Rodoviária de Belo Horizonte, pegamos um metrô, depois um intermunicipal até Lagoa Santa, e por fim um veículo fretado até Cipó. Fomos recebidos com muita chuva e com outro aspecto da região. A localidade é pacata e abriga a maior concentração de cachoeiras do estado.

Mesmo debaixo de chuva, fomos provar o “costelão mineiro” feito na terra e ouvindo uma moda de viola. A cidade é pequena, com apenas dois mil moradores, mas muito bem cuidada, povo simpático demais e excelente gastronomia (come-se muito bem em todo o estado)

No outro dia a rota foi em busca das cachoeiras. Com o céu limpo, contratamos o serviço “Trilha do Cipó” por R$ 230 e conhecemos 5 pontos. O passeio começou às 7h da manhã e só finalizou ao fim da tarde. A região é linda e chega e emocionar.
Por lá, vale a pela conhecer o Filomena Bistrô, especialista em risotos, mas onde comemos o melhor bolo do mundo. A noite, uma pizza da Pizzaria Forno da Serra alimenta o corpo e alma. O lugar é lindo e a proprietária uma simpatia. Êita, chega deu saudade.
A chef Dani do Filomena Pizza deliciosa e lugar lindo
Por lá também é fácil de encontrar pousadas para todos os gostos (e bolsos). Nós ficamos na Adega do Cipó.
Minas tem um punhado de trem bão e eu não vejo a hora de voltar. Fiz amigos queridos e vivi histórias para a vida toda.
Diego Gregório – Jornalista e apaixonado por descobertas.