Por Karime Loureiro, colunista VemTambém
O Vinho Laranja (conhecido em inglês como Orange Wine) não é um vinho de laranja, é de uva mesmo.
Mas antes de tudo precisamos entender o que é o vinho branco e vinho tinto, pois os dois misturam-se na técnica do âmbar (como muitos produtores preferem chamá-lo).
Para fazer o vinho tinto é necessário esmagar as uvas escuras, para que estas liberem o suco de dentro da polpa. Esse suco, também chamado de mosto, é encaminhado para o tanque de fermentação onde permanece em contato com as cascas (é a pele da uva que dá a cor). Caso o produtor queira fazer um vinho branco com uvas tintas, ele retira as cascas logo após a maceração e antes do início da fermentação; o branco é feito da mesma forma (com uvas de cascas claras). A diferença é que assim que se maceram as uvas, o produtor separa as cascas antes da fermentação para manter o vinho claro.
Já o vinho “laranja”, que é o vinho branco de maceração, fica em contato com as cascas durante a fermentação, de onde sai essa cor alaranjada. Sendo assim o vinho “laranja” é um vinho branco vinificado como se fosse um tinto.
Essa técnica ancestral vem da Geórgia e remontam há 8.000 anos. A técnica consiste em colocar cachos inteiros em ânforas de terracota que eram enterradas na terra para manter uma temperatura durante a fermentação. Após o fim da fermentação, o líquido era transferido para outras ânforas de terracota para serem consumidos, mais simples possível. O excêntrico por trás da recuperação dessa técnica é Josko Gravner, merecedor de aplausos, pois hoje seu vinho, antes considerado difícil de beber, em razão de suas notas naturais de oxidação e um toque de amargor, totalmente naturais do método, virou sucesso mundial. Os produtores que fazem esse tipo de vinho tentam fazer um vinho mais puro, com menos intervenção; são produtores naturais.