Nos próximos dois anos, os pequenos negócios afetados pelo novo coronavírus devem retomar suas atividades usando ainda mais a tecnologia. A avaliação foi feita pelo presidente do Sebrae, Carlos Melles, durante o Futurecom Digital Summit, no painel “Três anos de Transformação Digital em três meses: Como será a Sociedade do ponto de vista de saúde, educação, econômico e social em 2022?”. O evento, realizado pela internet, teve como tema central o mundo além da pandemia, com a participação de vários players do mercado de telecomunicações, tecnologia, agronegócios, indústria 4.0, entre outros.
“Certamente em 2022 os negócios não serão iguais aos atuais. O digital ganhará mais espaço e o comércio e os serviços serão os maiores impactados”, observou Melles. Segundo o presidente do Sebrae, a instituição está conectada com um universo de importantes atores no segmento digital, para que atender às necessidades das micro e pequenas empresas. “Apesar da tecnologia ser um dos caminhos para os pequenos negócios, o modelo tradicional ainda prevalecerá por um tempo em alguns locais. Mas a inovação nos pequenos negócios e nas startups é um caminho sem volta”, ressalta Melles.
No debate, Carlos Melles ressaltou que o Sebrae já vem atuando no fortalecimento dos pequenos negócios digitais e nas parcerias, o que vem acontecendo principalmente depois da pandemia. Ele citou o projeto desenvolvido com grandes empresas que atuam no e-commerce, cujas plataformas estão sendo usadas pelas micro e pequenas empresas para negociar seus produtos. Melles explicou que o processo de digitação começou a acontecer no ano passado, mas com a pandemia, teve de ser acelerado e já se encontra em estágio bem avançado. “O que era para ser feito em muito tempo, acabou acontecendo em três meses”, comenta o presidente do Sebrae.
O Futurecom Digital Summit reuniu representantes de vários setores diretamente afetados pela pandemia. Segundo o presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, Sidney Klajner, que avaliou os efeitos do covid-19 no setor da saúde, o surgimento da doença reiterou que é necessário um maior investimento na área. “O grande avanço é que tivemos a possibilidade de discutir as deficiências na saúde de forma mais transparente”, ressaltou Sidney. “Devemos ter os médicos na pontas e para se chegar em outras regiões por meio da telemedicina”, acrescentou.
Conforme Carlos Henrique Ribeiro, chefe da Divisão Acadêmica de Engenharia da Computação do ITA, a crise causada pelo coronavírus trouxe para a educação a experiência do estudo remoto. “A mudança está estabelecida e veio para ficar”, diz Ribeiro. A experiência, segundo ele, deve ser usada com maior frequência pelos professores para apresentar conteúdos em sala de aula, mas não deve ser o único meio usado pelos estudantes. “A tecnologia vai ser maior nas escolas tradicionais. O sistema será misto, mas haverá uma mudança cultural”, avalia.
“Já estamos vivendo muitas mudanças e vamos ver outras ainda mais significativas”, observa Luís Cabral, presidente da Caribben and Latin América – CSG. O executivo afirma que as transformações já são sentidas no contexto do comércio, como observou Carlos Melles, e na interação social, mas o processo tem que ser mais profundo e o sistema precisa ser melhor preparado para se adaptar aos novos modelos de evolução tecnológica. “As mudanças foram aceleradas e não tem mais retorno, principalmente nas estruturas das empresas de tecnologia”, afirma Cabral.
Reconhecido como a principal plataforma de conteúdo e relacionamento do Ecossistema de Tecnologia na América Latina, o Futurecom leva para o ambiente digital debates, estudos de casos e discussões. Os temas abordados envolvem as formas mais eficientes de adoção das mais recentes tecnologias exponenciais e principais tendências na gestão de negócios em tempos de pandemia. Desde o dia 22 de junho até esta quinta-feira, foram discutidas alternativas de como as empresas têm operado e podem avançar com mais agilidade, flexibilidade e segurança, a partir do surgimento do coronavírus.
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